Eu sou uma mãe muito aflita

Com sua permissão, eu quero me apresentar. Eu sou uma mãe aflita, como tantas outras ao redor do mundo. Eu sou conhecida como a mulher cananeia. Eu tenho vivido dias de terríveis angústias. Minha filha querida está horrivelmente endemoninhada. Eu carrego no peito a dor de ver minha filha escravizada pelos demônios. Ah, como ela tem sofrido e com ela eu também sofro. Sempre vivi em terras pagãs, na região de Tiro e Sidom. Meu povo vive mergulhado em densa escuridão espiritual. Um dia eu fui surpreendida com a presença de Jesus em nossa terra. Eu já tinha ouvido falar dele, de como curava os enfermos, libertava os cativos e recebia as pessoas mais feridas pelos dramas da vida. Uma centelha de esperança foi acesa em meu coração. Não podia perder aquela oportunidade. Corri ao encontro dele e clamei: “Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada”. Eu sabia que Jesus não era um homem comum. Era o Messias, o Filho de Davi. Depois de ter batido em tantas portas e só colhido decepção, sabia que só Jesus podia trazer libertação para minha filha e alívio para o meu coração. Posso garantir a vocês, o sofrimento de minha filha era o meu sofrimento. A dor que pulsava no coração dela, doía ainda mais em mim. Eu não suportava mais tanta angústia e tanto desespero na minha família.

A resposta de Jesus ao meu clamor, porém, foi um silêncio gelado. Ele não me respondeu palavra alguma. Seus discípulos, incomodados com minha presença e com os meus gritos de socorro, chegaram a pedir a ele para me mandar embora. Na verdade, eu ia clamando atrás deles. Eu tinha pressa e não podia perder essa chance de ver minha filha liberta. Diante da insistência dos discípulos para Jesus me despedir, ele jogou mais um balde de água fria no meu clamor por misericórdia. Disse que fora enviado apenas às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ah, que dor em meu coração! Eu era uma gentia. Não pertencia ao povo da aliança. Mas, sabe, eu não desisti. Continuei insistindo com o meu clamor. Na verdade, eu dei mais um passo na direção do meu anseio, aliás da minha urgente necessidade. Eu me aproximei de Jesus e o adorei. Disse a ele: “Senhor, socorre-me!”.

A resposta de Jesus, longe de me aliviar, agravou ainda mais a minha dor. Ele me disse que não era bom tomar o pão dos filhos para lançá-los aos cachorrinhos. Longe de me sentir magoada com essa palavra de Jesus, humilhei-me ainda mais dizendo a ele: “Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa dos seus donos”. Mesmo sem compreender o método que Jesus estava usando comigo, sabia que ele podia me socorrer. Daí a minha insistência. Minha filha precisava ser liberta. Ela estava cativa e eu, junto com ela, sofrendo muito. Nesse momento, algo glorioso aconteceu. Jesus abriu-me a porta da esperança. Ele disse a mim: “Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres”. Meu coração disparou dentro do meu peito. Não podia conter a alegria que inundou minha alma. Senti que um fardo caiu dos meus ombros. A dor que fuzilava minha alma foi arrancada de dentro de mim. Compreendi imediatamente que Jesus não estava me desprezando, mas apenas me levando a um nível mais alto de dependência dele. Seu propósito era despertar em mim uma fé genuína. Na verdade, Jesus elogiou a minha fé diante dos seus discípulos que queriam livrar-se de mim. Ele atendeu o meu clamor e me garantiu que exatamente o que eu queria, iria acontecer. E de fato aconteceu naquele exato momento. Na mesma hora que Jesus proferiu essas palavras, minha filha ficou sã e liberta. Os demônios que a atormentavam bateram em retirada. Ah, foi tão lindo! A paz de Jesus entrou na minha vida, na vida de minha filha. A minha casa foi transformada.

Posso garantir a vocês que Jesus cruzou a fronteira de Israel para trazer luz ao meu povo, que jazia em trevas. Se ninguém mais foi abençoado pela sua visita, eu fui. Ele trouxe libertação e salvação para minha casa. Com certeza o que Jesus fez na minha vida, pode fazer também na vida de todas as mães, de todos os lugares, de todos os tempos. Toda mãe sabe disso: aquilo que aflige nossos filhos também nos aflige. Por isso, devemos levar os dramas dos nossos filhos a Jesus. Ele me socorreu, e pode socorrer você também, mãe. Não desanime. Persevere. Clame. Humilhe-se. E veja as maravilhas que Jesus fará, também, em sua família!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *