A suprema importância da igreja
A igreja é o povo chamado do mundo para ser propriedade exclusiva de Deus. É o povo separado do pecado para viver em santidade, tirado das trevas para ser luz entre os povos. A igreja é o templo da habitação de Deus, a noiva do Cordeiro, a coluna e baluarte da verdade. A igreja de Deus transcende a qualquer denominação, cultura ou fronteira geográfica. Ela é composta de todos aqueles que foram salvos em Cristo, em todos os lugares, em todos os tempos, dentre todos os povos. Não há salvação fora dessa igreja. Por isso, falamos da igreja visível e da igreja invisível. A visível é composta de pessoas convertidas e não convertidas. Na igreja visível há trigo e joio. Mas, na igreja invisível só estão arrolados aqueles que foram lavados no sangue do Cordeiro, cujos nomes estão escritos no livro da vida.
Há várias figuras sobre a igreja nas Escrituras. Queremos, aqui, à luz de 1Coríntios 3.1-17, destacar três dessas importantes figuras:
1. A igreja é uma família (1Co 3.1-5) – A igreja é uma família, composta de crianças espirituais e também de pessoas adultas na fé. Aqueles que nascem de novo precisam crescer rumo à maturidade, até chegarem à plenitude da estatura de Cristo. O propósito dessa família é atingir a maturidade espiritual. E o instrumento que leva essa família ao amadurecimento na fé é a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é vista como alimento, leite para as crianças e alimento sólido para os adultos. O apóstolo Paulo diz que onde há ciúmes e contendas há evidência de imaturidade espiritual (1Co 3.3). Onde há partidos e grupos há sinais claros de meninice espiritual (1Co 3.4). Onde há culto à personalidade não pode existir maturidade na fé (1Co 3.5). A igreja de Corinto estava dividida em vários grupos (1Co 1.10-13). Havia naquela igreja disputa entre esses grupos e até ciúmes entre os irmãos. Paulo diz que essas atitudes revelavam carnalidade e infantilidade espiritual (1Co 3.1-3). A igreja precisa ser uma família unida, com uma só mente, uma só alma, um só propósito. A família precisa crescer rumo à maturidade!
2. A igreja é uma lavoura (1Co 3.6-9a) – Paulo passa da metáfora da família para a figura da lavoura. A igreja é a lavoura de Deus, o campo de semeadura de Deus e o alvo da lavoura é a quantidade. Para alcançar esse propósito a Palavra de Deus é a semente. No processo do crescimento da lavoura três atividades são necessárias: o plantio, o cuidado e o crescimento. Paulo diz: "Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus" (1Co 3.6). Uma verdade bendita salta aos olhos aqui: a interação entre a ação humana e a divina. Paulo planta, Apolo rega e Deus dá o crescimento. Não há crescimento de uma lavoura que não foi plantada. Não basta plantar, é preciso regar. O trabalho humano, porém, embora vital, não pode por si mesmo produzir o crescimento da igreja. Essa é uma ação exclusiva de Deus. Só ele pode acrescentar à igreja os que são salvos.
3. A igreja é um santuário (1Co 3.9b-17) – Paulo depois de falar da igreja como uma família e uma lavoura, passa a falar dela como um santuário. Se o propósito da família é a maturidade e o alvo da lavoura é a quantidade, o propósito do santuário é a qualidade. O instrumento para edificar esse santuário é também a Palavra. Numa superposição de imagens, somos tanto os edificadores desse santuário (1Co 3.10) como o próprio santuário (1Co 3.16,17). Esse santuário tem um fundamento que não pode ser mudado. O fundamento é Cristo (1Co 3.11). Esse santuário precisa ser construído com material nobre e imperecível (1Co 3.12). Esse santuário, que somos nós, povo remido pelo sangue de Cristo, é a própria morada de Deus (1Co 3.16), e, por isso quem destruir esse santuário, que é sagrado, será destruído pelo próprio Senhor (1Co 3.17). Somos a família de Deus, a lavoura de Deus e o santuário de Deus. Que sejamos maduros na fé, frutificando em toda a boa obra, buscando fazer tudo com excelência para a glória de Deus.
Rev. Hernandes Dias Lopes