Os gemidos da natureza
O terremoto que sacudiu o Japão e o tsunami que varreu algumas de suas cidades no mês de março de 2011 ainda nos chocam profundamente. A natureza está gemendo e se contorcendo de dores. Os terremotos, maremotos e tsunamis, além de fenômenos naturais são também trombetas de Deus aos ouvidos da humanidade. Esses desastres da natureza vem de causas naturais e também de intervenção sobrenatural. Os efeitos da queda atingiram não apenas a raça humana, mas também a natureza. A natureza está sujeita à servidão e aguarda, com gemidos profundos, a restauração desse cativeiro (Rm 8.20-22). De igual forma, a igreja, tendo as primícias do Espírito, também geme aguardando sua completa redenção, quando teremos corpos incorruptíveis e gloriosos. Até mesmo o Espírito Santo está gemendo, com gemidos inexprimíveis, intercendo por nós, em nós, ao Deus que está sobre todos nós (Rm 8.26).
Precisamos olhar para os fenômenos da natureza não apenas com os olhos da investigação científica, mas também na perspectiva da fé. Jesus disse que um dos sinais de sua segunda vinda seria a ocorrência de terremotos em vários lugares. Esses gemidos da natureza têm se intensificado sobremodo desde o século passado. No livro de Apocalipse, capítulos 8 a 11, há o relato das trombetas de Deus. Essas trombetas falam do juízo de Deus em resposta à abertura dos selos, quando o mundo perseguiu de forma implacável a igreja. Essas trombetas falam do juízo de Deus temperado com a misericórdia. São um alerta de Deus e um chamado ao arrependimento. Quando as trombetas tocam, seus efeitos se fazem sentir na terra, nos mares, nos rios, nos astros e sobre os homens. A fúria da natureza está fora do controle humano, mas cumpre uma agenda divina. Essa agenda é um chamado veemente de Deus às nações para o arrependimento antes que seja tarde
demais. Se as trombetas não forem ouvidas, as taças da ira de Deus serão derramadas. A diferença entre as trombetas e as taças é que naquelas a porta da graça está aberta e a salvação é oferecida aos que se arrependem; porém, quando as taças forem derramadas não haverá mais tempo de arrependimento. As portas da graça terão se fechado para sempre.
Os defensores da teologia relacional defendem que nem mesmo Deus tem controle desses fenômenos e que ele é tão surpreendido como nós quando essas tragédias desabam sobre a humanidade. As Escrituras, porém, revelam-nos que nada apanha Deus de surpresa. Ele está assentado na sala de comando do universo e tem as rédeas da história em suas mãos. Cabe-nos nesse tempo de dor, ouvirmos sua voz; voltarmo-nos para ele com sincero arrependimento e expressarmos aos que são atingidos pelas catástrofes nossa solidariedade. Não temos o direito de especular a dor alheia nem fazer conjecturas apressadas. Devemos, antes, nos humilhar sob a onipotente mão de Deus e entendermos que os dias se aproximam. Devemos nos preparar convenientemente para o dia em que o Senhor virá em majestade e glória. Devemos viver com santo temor aguardando e apressando o dia da vinda de nosso Senhor. Devemos anunciar com senso de urgência o evangelho da graça e manifestar a todos os homens, nosso amor incondicional.