Um alerta solene à igreja
Hoje é o primeiro dia do ano de 2012. É tempo de balanço, de reflexão, de tomada de decisões. É tempo de despojarmo-nos daquilo que foi apenas peso e comprometermo-nos com princípios e valores que deixamos para trás. Muito embora tenhamos recebido bênçãos sem medida, e todas como expressão da graça de Deus, reconhecemos que a igreja poderia ter sido mais santa, mais unida, mais operosa, mais dinâmica, mais alegre, mais cheia do Espírito Santo. O importante agora é avaliarmos onde falhamos e fazermos uma correção de rota para não repetirmos os mesmos erros e para buscarmos, com afinco, aquilo que deixamos de fazer. Cabe-nos, alinharmos nossas ações com os preceitos da Palavra, e vivermos de modo digno do Evangelho neste novo ano que recebemos. Para isso, três atitudes devem ser observadas:
1. Precisamos fugir do secularismo que mundaniza a igreja. O secularismo é uma realidade inegável. É a ideia de que Deus não interfere em todas as áreas da nossa vida. No domingo somos crentes; durante a semana vivemos a vida do nosso jeito e ao nosso gosto. O que vemos, ouvimos, falamos, fazemos ou deixamos de fazer não é mais regido pelos preceitos das Escrituras. Dicotomizamos a vida em secular e sagrado. Assim, namoro, casamento, negócios e lazer pertencem a área do secular e nessas áreas amoldamo-nos aos ditames do mundo e não aos preceitos da Palavra. Nossas festas, embora precedidas por um culto a Deus, estão se tornando cada vez mais mundanas, onde não faltam bebidas alcoólicas, músicas profanas, danças sensuais, e todos os apetrechos importados das boates mais especializadas no lazer mundano. O mundo está entrando na igreja e a igreja está se amoldando ao mundo. Colocamos o pé no freio ou a igreja será sal sem sabor e luz debaixo do alqueire. Voltamo-nos para Deus para consagrar todas as áreas da nossa vida a ele ou a igreja perderá seu poder, seu testemunho e sua relevância no mundo.
2. Precisamos fugir do legalismo que oprime a igreja. O legalismo é um caldo mortífero que adoece a igreja em nome da verdade. Os legalistas coam mosquito e engolem camelo. Brigam por aquilo que é secundário e transigem com aquilo que é essencial. Em nome do zelo espiritual ferem pessoas, perturbam a paz e quebram os vínculos da comunhão. Os legalistas agem como os fariseus que acusavam Jesus de pecado por curar no dia de sábado, mas não viam seus próprios pecados quando tramavam a morte de Jesus no sábado. Os legalistas são aqueles que reputam a sua interpretação das Escrituras como infalível e atacam como os escorpiões do deserto aqueles que discordam da sua visão extremada, chamando-os de hereges. O legalismo é fruto do orgulho e desemboca na intolerância. Em nome da verdade, sacrifica a própria verdade e insurge-se contra o amor. O legalismo é reducionista, uma vez de repudia todos aqueles que não olham para a vida pelas suas lentes embaçadas. O legalismo professa uma ortodoxia morta; uma ortodoxia sem amor e sem compaixão. Não podemos caminhar por essa estrada. Aqueles que o fizeram no passado colheram frutos amargos. Acautelemo-nos!
3. Precisamos fugir do liberalismo e do sincretismo que atacam a igreja. O liberalismo tira da Escritura o que nela está e o sincretismo acrescenta a ela o que nela não pode estar. O liberalismo nega a inerrância e a infalibilidade da Escritura e o sincretismo nega a suficiência da Escritura. A igreja de Deus é aberta a todos, mas não aberta a tudo. Devemos acolher as pessoas sem acepção, mas não podemos abrigar tudo sem exceção. As pessoas devem ser aceitas na igreja; não o pecado. Não podemos tolerar o erro. Não podemos transigir com falsas doutrinas. Não podemos fazer vistas grossas aos falsos ensinos. Não podemos abrir nossas portas às novidades do mercado da fé. Não podemos transigir com a verdade para atrair pessoas à igreja. Não podemos negociar princípios e valores para buscarmos o crescimento da igreja. Nosso compromisso é alimentar as ovelhas e não entreter os bodes. Que Deus nos ajude a caminharmos vitoriosamente em 2012!
Rev. Hernandes Dias Lopes