Uma palavra pastoral à Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória
A Primeira Igreja Presbiteriana de Vitória está comemorando oitenta e seis anos de testemunho do evangelho e abençoada caminhada na presença de Deus. Nesse tempo, muitos homens e mulheres de Deus, estiveram conosco e contribuíram para o crescimento da igreja. Alguns já se foram; outros, porém, permanecem labutando na causa de Cristo entre nós ou noutras greis. No ensejo do aniversário de nossa amada igreja, destaco três conselhos para a nossa reflexão.
1. Devemos olhar para o passado com senso de gratidão. Nesses oitenta e seis anos tivemos muitas lutas, muitas lágrimas, muitas noites indormidas, muitos temores rondando o nosso coração; porém, em nenhum momento nos faltou a presença de Deus, o conforto do Espírito e o testemunho firme e fiel do evangelho. Em 1974 a igreja recomeçou sua caminhada, com apenas trinta e oito membros e, desde então, a igreja tem florescido e alargado suas fronteiras, em sua vocação de ser luz para as nações. Novas igrejas foram plantadas, missionários foram enviados aos campos e a obra de Deus prosperou. Quando voltamos nossos olhos para o passado, temos motivos sobejos para engrandecer o nosso Deus. Engrandecê-lo pelos seus livramentos. Engrandecê-lo pelos pastores e líderes que se mantiveram firmes à sã doutrina e pastorearam o rebanho com firmeza e doçura. O sentimento que invade o nosso coração em relação ao passado é de gratidão e louvor.
2. Devemos olhar para o presente com sede de restauração. Estamos absolutamente convictos de que as vitórias do passado não são garantia de vitória no presente. Não vivemos de reminiscências nem moramos na saudade. Não podemos ficar presos ao passado. Hoje, é dia de andar com Deus. Hoje, é dia de nos arrependermos da nossa falta de arrependimento. Hoje, é dia de chorarmos pela nossa falta de choro. Hoje, é dia de clamarmos a Deus para restaurar nossa sorte. Hoje, é dia de acertarmos nossa vida com Deus e voltarmos ao primeiro amor. Hoje, é dia emendarmos nossos caminhos e buscarmos avivamento. Os tempos mudaram, mas a palavra de Deus não mudou. Hoje, há muitos crentes apáticos que precisam ser restaurados. Há muitos que perderam o entusiasmo, que precisam ser revigorados pelo poder do Espírito Santo. Há muitos crentes que já não oram mais com a mesma devoção. Já não leem a Bíblia com o mesmo fervor. Já não testemunham de sua fé com o mesmo zelo. Nossa oração é que Deus fenda os céus e nos acorde desse sono letárgico. Nosso clamor é que sejamos sacudidos pelo poder do alto para nos voltarmos para Deus de todo o nosso coração, com jejuns, com choro e com pranto, rasgando o nosso coração e nos humilhando sob a poderosa mão do Altíssimo.
3. Devemos olhar para o futuro com redobrada esperança. A igreja não pode se conformar com este século. Não pode ser amiga do mundo nem amar o mundo. Precisamos ser diferentes e fazer diferença. Precisamos ter coragem de nos posicionarmos como povo santo e separado para o serviço divino. Precisamos avançar. Os melhores dias do passado devem ser medidas mínimas do que Deus pode fazer em nossa igreja e através dela doravante. Precisamos sair do nosso comodismo e semear a santa semente do evangelho, regando o solo com nossas lágrimas. Certamente, a semeadura será feita com choro, mas a colheita será realizada com júbilo. Amados irmãos, é tempo de termos a visão do farol alto, subirmos nos ombros dos gigantes e divisarmos horizontes mais largos. Se Deus se agradar de nós, vitórias ainda mais consagradoras virão e juntos daremos glória ao Filho de Deus, nosso amado Redentor, a quem tributamos honra, louvor e ações de graças, agora e eternamente.
Rev. Hernandes Dias Lopes