Vestes de alegria em vez de pranto
A vida é o percurso que fazemos do berço à sepultura. Nessa jornada escalamos montanhas altaneiras, descemos a vales profundos, atravessamos pinguelas estreitas sobre pântanos perigosos e cruzamos desertos tórridos. Aqui e ali encontramos alguns oásis, alguns jardins engrinaldados de flores, alguns prados verdejantes. Porém, vivemos num mundo hostil, marcado pelo pecado e pela rebelião contra Deus. Não estamos em casa. Aqui não é o nosso lar permanente. Somos peregrinos. Mesmo quando celebramos nossas vitórias, temperamos nossas alegrias com lágrimas amargas que rolam pelo nosso rosto.
Ah, a vida, de fato, não é indolor! Enquanto caminhamos rumo ao lar, enfrentamos ameaças que vêm de fora e pressões que brotam de dentro. Somos acuados por muitos inimigos e ameaçados por muitos perigos. Nessas horas, sentimo-nos tristes, abatidos, achatados debaixo do rolo compressor da angústia. As lágrimas quentes molham nosso rosto e inundam nossa alma. Um manto cheio de cinza nos cobre da cabeça aos pés. Morre em nossos lábios os vivas de júbilos. Nossos recursos acabam e nossas forças entram em colapso.
Mas é exatamente quando nos sentimos totalmente desprovidos de forças, que Deus irrompe em nossa história e faz uma poderosa mudança. Ele converte nosso pranto em folguedo. Ele arranca o nosso saco de cinza e nos cinge com vestes de alegria. Ele tira os nossos pés de um tremedal de lama e nos coloca sobre uma rocha firme. Ele afasta de nossos lábios os gemidos pungentes e enche nossa boca de alegres cânticos. Deus levanta nosso espírito abatido e nos inspira a cantar louvores até mesmo nas noites mais escuras da alma. Essa mudança não procede da meditação transcendental, mas vem daquele é que é transcendente, o Deus Todo-poderoso. Essa mudança não é operada pelo homem, mas vem do próprio Deus. Não procede da terra, mas desce do céu. Não vem da psicologia de auto ajuda, mas emana da ajuda do alto.
O salmista nos mostra essa gloriosa mudança operada por Deus em sua vida: “Converteste o meu pranto em folguedos; tiraste o meu pano de saco e me cingiste de alegria, para que o meu espírito te cante louvores e não se cale…” (Sl 30.11,12). Talvez, hoje sua alma está abatida. Talvez suas noites têm sido tenebrosas. Talvez suas lágrimas têm sido o seu alimento. Não desanime. Não entregue os pontos. Não jogue a toalha. Deus pode irromper em sua vida, dar um sinal de seu favor à sua família, manifestar a sua glória dentro de sua casa e transformar, também, seu choro em alegria, seu espírito angustiado em cânticos de louvor. Lembre-se: o choro pode durar uma noite inteira, mas a alegria vem pela manhã, pois aquele que um dia enxugará dos nossos olhos toda a lágrima, por antecipação, já nos dá sinais de seu consolo aqui e já nos mostra vislumbres de sua glória!
Rev. Hernandes Dias Lopes