Glorificar a Deus, o nosso maior deleite
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1.3)
Paulo estava preso em Roma quando escreveu sua carta aos efésios. Na introdução da carta exalta ao Triúno Deus pelo planejamento, execução e consumação da nossa salvação. No texto em epígrafe, duas verdades são ressaltadas:
1. A compreensão de quem Deus é deve levar-nos à adoração (Ef 1.3). Apesar da pobreza, perseguição, açoites e prisões que aqueles primeiros crentes tiveram que enfrentar, eles se distinguiram por um espírito de adoração. Eles entravam e saíam das prisões cantando. Adoravam a Deus apesar das circunstâncias. Hoje, as pessoas vivem murmurando, reclamando, infelizes e descontentes. Mas, os salvos estão encantados com o Deus da graça, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Estes adoram a Deus por ser quem ele é. Ele é bendito, exaltado e supremo. Diante dele os anjos se curvam e os salvos depositam suas coroas aos seus pés. Além de Deus ser adorado por quem ele é, deve também ser exaltado por aquilo que ele fez. Paulo diz que Deus tem nos abençoado. E como ele tem nos abençoado? Ele planejou nossa salvação antes da fundação do mundo, executou-a na história e a consumará na segunda vinda de Cristo.
2. A natureza das bênçãos que recebemos deve nos levar à adoração (Ef 1.3). Em oposição à perniciosa teologia da prosperidade, tão em voga em nossos dias, Paulo fala de toda sorte de bênção espiritual. Quatro destaques devem ser feitos:
Antes de considerarmos as bênçãos, precisamos considerar o abençoador. A ordem é extremamente importante. Por causa do nosso miserável subjetivismo, sempre temos a tendência de concentrarmo-nos logo nas bênçãos; sempre queremos algo para nós mesmos. Contudo, o apóstolo insiste em que comecemos com Deus, e com o culto que lhe devemos. Por isso diz: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo…”.
A maneira pela qual nos vêm essas bênçãos. Essas bênçãos nos vêm “… em Cristo”. Sem Cristo não há bênção. Toda bênção que desfrutamos como crentes nos vêm por meio de Cristo. Há certas bênçãos comuns e gerais que são desfrutadas por todos os homens. Há o que se chama de “graça comum”, mas não é disso que Paulo está falando. Aqui ele está tratando de uma graça particular e especial. Você não pode ser crente sem estar em Cristo. Não há bênçãos para o crente fora de Cristo. As bênçãos vêm exclusivamente por meio de Cristo. Ele não tem nenhum assistente. “Nenhum outro nome é dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Buscar bênção espiritual em qualquer outra pessoa, em qualquer outro caminho, em qualquer religião é negar a Cristo.
A natureza dessas bênçãos. Paulo nos diz que essas bênçãos são “… espirituais”. Estas bênçãos vêm de Cristo, mas também vêm por meio do Espírito Santo; são bênçãos concedidas a nós pelo Pai, por meio de Cristo, via Espírito Santo. É pelo Espírito que essas bênçãos passam a ser nossas. A aplicação da obra de Cristo é feita pelo Espírito. O Espírito é quem nos vivifica, nos regenera, nos santifica, nos transforma e nos capacita com poder.
O lugar onde essas bênçãos estão concentradas. Paulo diz que somos abençoados “… nas regiões celestiais”. No Antigo Testamento as bênçãos eram mais materiais e físicas. Mas quando adentramos no Novo Testamento, entramos num domínio inteiramente diverso. Aqui as bênçãos são nas regiões celestiais. Nosso tesouro não está na terra. Nosso lar não é aqui. Nossa Pátria não é aqui. A nossa recompensa está no céu. Devemos ajuntar tesouros no céu. Somos uma colônia do céu na terra. Devemos buscar o que está além da vista. Aqui somos peregrinos e forasteiros (1Pe 2.11). Embora este mundo é de Deus, aqui não é o nosso lar. O crente não se apega a este mundo, não se amolda a ele, pois busca uma Pátria superior.
Rev. Hernandes Dias Lopes