Por que a idolatria é tão ofensiva a Deus e tão perigosa aos homens?
“… nada sabem os que carregam o lenho das suas imagens de escultura e fazem súplicas a um deus que não pode salvar.” (Is 45.20)
O segundo mandamento da lei de Deus é peremptoriamente contra a idolatria: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso…” (Ex 20.4,5). A proibição divina está relacionada à fabricação e à adoração de imagens. Deus aborrece aquele que fabrica os ídolos e considera coisa sem nenhum valor os ídolos fabricados: “Todos os artífices de imagens de escultura são nada, e as suas coisas preferidas são de nenhum préstimo” (Is 44.9a).
O próprio artífice sabe que o ídolo que ele forja não tem vida, pois nada vê nem nada entende (Is 44.9b). Na linguagem do profeta Isaías, se aquele que fabrica a imagem é um homem frágil e mortal, o que poderia se dizer de sua criação? A criatura nunca pode ser maior do que o criador. A imagem de escultura é impotente, é fabricada por um homem impotente e nada pode fazer pelas pessoas a não ser confundi-las e envergonhá-las (Is 44.10,11).
O profeta Isaías descreve a obra do ferreiro e do carpinteiro que trabalha o aço e a madeira respectivamente com o propósito de fabricar um ídolo (Is 44.12-14). Em ambas atividades, o homem é o artífice, o mentor e o criador da imagem. Em ambos os casos, a imagem fabricada parece um ser humano, mas é um pedaço de madeira ou de aço, sem vida e sem qualquer poder.
A idolatria tira o entendimento do homem, pois esse artífice, pega parte da madeira para queimar no forno, a fim de fazer sua refeição e a outra parte da madeira, ele trabalha cuidadosamente para fabricar um ídolo. Depois, este mesmo artífice se prostra diante da sua própria criatura, adora-a, faz a ela suas súplicas e diz: “tu és o meu deus” (Is 44.15-17).
O que aconteceu com essas pessoas que se prostram diante dos ídolos? Perderam o discernimento espiritual! Os olhos de seu entendimento foram grudados para que não vejam e o seu coração foi endurecido para que não perceba (Is 44.18). Essas pessoas perderam a capacidade de reflexão, pois deixaram de compreender que o material que usaram para fabricar o ídolo é tão perecível como o material que usaram para queimar no forno (Is 44.19). Se o fabricante da imagem ou seus adoradores tivessem um mínimo de entendimento jamais se prostrariam diante de uma imagem de escultura feita de madeira, de aço ou de pedra, forjados pela própria imaginação humana (Is 44.20).
A idolatria cega o entendimento das pessoas e as anestesia espiritualmente. Por isso, os idólatras se apascentam de cinza. A idolatria engana e ilude o coração das pessoas, pois passam a confiar naquilo que não pode livrá-las (Is 44.21). Mas por que a idolatria engana, se o ídolo é nada? Por que a idolatria é tão perigosa se o ídolo tem boca, mas não fala; tem olhos, mas não vê; tem mãos, mas não apalpa; tem pés, mas não anda? O apóstolo Paulo responde a essa pergunta, dizendo que inobstante o ídolo ser nada, o que está por trás dele são os demônios (1Co 10.19,20).
A idolatria é uma corrupção do ser divino, pois Deus é espírito; e também, uma corrupção do culto divino, pois o culto a Deus deve ser em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Aqueles que pensam estar agradando a Deus, venerando ou adorando uma imagem de escultura, pensando com isso, estar adorando ao próprio Deus estão absolutamente enganados. Aqueles que imaginam que podem se prostrar diante de imagens de santos, imaginando que estes podem ser mediadores entre eles e Deus, ofendem a seu Filho, que é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Aqueles que recorrem a práticas idólatras para adorar a Deus à revelia do ensino das Escrituras precisam saber que Deus abomina a idolatria e sua palavra nos exorta a fugir dos ídolos (1Jo 5.21). O Deus único e verdadeiro estabeleceu o modo como devemos adorá-lo. Ele não busca adoração; ele procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade!
Rev. Hernandes Dias Lopes