Nós somos a morada de Deus
“E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles” (Ex 25.8)
O Deus transcendente, que nem o céu dos céus pode contê-lo, decidiu vir morar com o seu povo. Moisés é ordenado a fazer um tabernáculo e nesse tabernáculo a presença manifesta de Deus seria notória no meio do povo. Mais tarde, o tabernáculo móvel foi substituído pelo templo de Jerusalém e, mais uma vez, a presença de Deus encheu aquela casa. Na plenitude dos tempos, o próprio Filho de Deus desceu e se encarnou. Habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. O Filho de Deus viveu entre nós, morreu por nós, ressuscitou para a nossa justificação e retornou ao céu vitoriosamente. Então, enviou o Espírito Santo, o outro Consolador, para estar para sempre conosco, habitando em nós. Nosso corpo, frágil vaso de barro, é o santo dos santos, onde o Espírito Santo habita. Somos a morada de Deus!
Que implicações tem essa verdade magna?
1. O nosso corpo é sagrado (1Co 3.17). O nosso corpo, embora frágil e mortal, é a habitação do Espírito Santo. Porque ele é a morada de Deus, o nosso corpo é sagrado. Profaná-lo, portanto, é uma desonra para aquele que nele habita. Destruí-lo, é afrontar aquele que tem o poder para dar a vida e tirá-la. A sacralidade do nosso corpo não está em sua essência, mas na sua utilidade. Ele é sagrado porque aquele que é Santo, Santo, Santo nele habita.
2. O nosso corpo é membro de Cristo (1Co 6.15). Sendo o nosso corpo membro de Cristo, não podemos fazer dele, membro de meretriz. Isso é profanar o santo nome do nosso Salvador e macular sua honra bendita. Precisamos ter plena consciência de quem somos, a quem estamos unidos e quem é que habita em nós. Nosso corpo não está a serviço do pecado. Nosso corpo não existe para atender as seduções do mundo. Nosso corpo é membro de Cristo e está a serviço dele.
3. O nosso corpo é o santo dos santos onde a glória de Deus assiste (1Co 3.16). A palavra santuário no texto em tela, onde o Espírito de Deus habita, não é templo, mas o santo dos santos, o lugar mais sagrado do templo, onde estava a arca da aliança e onde a glória de Deus se manifestava em seu fulgor. A arca era um símbolo de Cristo e Cristo está em nós. Ele habita em nosso coração. E tem as chaves de toda a nossa vida.
4. O nosso corpo não nos pertence (1Co 6.19). Aqueles que são morada de Deus não pertencem mais a si mesmos. Eles foram criados por Deus, remidos por Cristo e selados pelo Espírito Santo para serem propriedade exclusiva de Deus. Não podem mais usar o corpo para a impureza. Não podem profanar com imoralidade a santa habitação de Deus. Não podem se render aos vícios deletérios. Não podem destruir o corpo com práticas invasivas e perniciosas, subjugando-o à escravidão do pecado.
5. O nosso corpo foi comprado por alto preço (1Co 6.20a). O nosso corpo é de Deus, porque ele o criou e porque ele o comprou por alto preço, o preço de sangue, o sangue do seu Filho. Fomos resgatados do nosso fútil procedimento. Embora pecadores e sujeitos à morte, Deus investiu tudo em nós. Ele nos comprou não com coisas perecíveis como o ouro ou a prata, mas com o sangue precioso de Jesus. Somos de Deus. Duplamente dele! Ele tem direito sobre nós tanto de criação como de redenção!
6. Devemos glorificar a Deus no nosso corpo (1Co 6.20b). Em vez de unir nosso corpo à impureza para profaná-lo ou em vez de destruir o nosso corpo capitulando-nos aos vícios degradantes, devemos glorificar a Deus em nosso corpo, vivendo de forma justa, sensata e piedosa neste mundo.
Rev. Hernandes Dias Lopes