Por que desejo ser um presbítero?
“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja” (1Tm 3.1).
O presbítero é um homem chamado por Deus, para cuidar do rebanho de Deus, conforme os preceitos da palavra de Deus. À luz de Atos 20.17,28 os termos “presbítero”, “bispo” e “pastor” são correlatos. Não há hierarquia na igreja de Deus. Há ministérios distintos. Todos os ministérios, porém, visam a glória de Deus e a edificação da igreja. O versículo em tela introduz o mais completo texto das Escrituras sobre as qualificações de um presbítero. Destacamos aqui, três lições importantes:
1. Os princípios que devem reger a vida e o ministério do presbítero procedem da palavra de Deus. “Fiel é a palavra…”. O que Paulo ensina sobre o presbiterato não procede dele mesmo. Não são meras sugestões humanas. Ao contrário, são princípios estabelecidos pela palavra de Deus, que é absolutamente fiel. A palavra de Deus regulamenta, orienta e normatiza o que devemos entender sobre a pessoa e o ministério do presbítero. A Escritura trata da vida pessoal, familiar, social e espiritual do presbítero. Ele deve ser um crente exemplar dentro do lar e fora dele. Deve ter bom testemunho na igreja e na sociedade. Deve ser irrepreensível nas palavras e nas ações. Deve ser um homem ensinável e apto para ensinar.
2. O presbiterato pode ser legitimamente desejado. “…se alguém aspira ao episcopado…”. O presbiterato não é uma imposição, mas uma aspiração. Ninguém deve exercer o presbiterato por constrangimento ou obrigação. O presbítero precisa ter uma profunda convicção de sua vocação. Ele precisa entender que é o Espírito Santo quem o constitui bispo sobre a igreja de Deus. Jamais esse glorioso ministério pode ser exercido por qualquer artimanha política ou manipulação humana. Ao mesmo tempo que o chamado vem de Deus e o reconhecimento vem do povo de Deus, o presbiterato deve ser um ofício desejado por aquele que o exerce. É legítimo aspirá-lo. É necessário desejar exercê-lo. Portanto, ao mesmo tempo que Deus escolhe e chama os líderes da igreja, eles devem exercer, também, esse honroso ofício com voluntariedade e alegria.
3. O presbiterato é uma plataforma de trabalho e não de privilégios. “…excelente obra almeja”. O presbiterato não é um cargo, mas um ofício. Não é um posto de autopromoção, mas uma plataforma de serviço. Não é um chamado para ser servido, mas uma convocação para servir. Não é um privilégio a ser desfrutado, mas um trabalho a ser feito. Não é uma convocação para sentar-se num lugar de honra, mas é um chamado para descer os vales, em busca das ovelhas perdidas. Não é uma obra de auto-engrandecimento, mas uma convocação para pastorear a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Presbiterato não é apenas um trabalho, mas um trabalho árduo. A palavra grega traduzida por “obra” descreve um trabalho penoso e sacrificial. O presbítero é um pastor que cuida primeiro de sua vida e depois do rebanho de Deus. É um pastor que vela pelo rebanho, que apascenta as ovelhas e as protege dos lobos vorazes. O presbítero não exerce seu trabalho para servir-se das ovelhas, mas para servir às ovelhas. O apóstolo Paulo diz que a obra do presbiterato não é uma obra qualquer, mas uma excelente obra. Não há maior honra do que glorificar a Deus, servindo ao seu povo. Não há maior alegria do que honrar a Jesus, o bom, o grande e o supremo Pastor, do que apascentar as suas ovelhas. Que Deus nos dê líderes segundo o seu coração, que amem a Cristo e apascentem com zelo e fervor, as ovelhas de Cristo!
Rev. Hernandes Dias Lopes