Três verdades sublimes do Cristianismo
A doutrina da reconciliação é uma das verdades mais gloriosas da fé cristã. O apóstolo Paulo tratou desse magno assunto em sua segunda carta aos Coríntios (2Co 5.18-21). O texto em tela mostra a necessidade da reconciliação (2Co 5.19), o autor da reconciliação (2Co 5.18), o agente da reconciliação (2Co 5.18,19), a base da reconciliação (2Co 5. 19,21) e a oferta da reconciliação (2Co 5.19,20). No bojo dessa bendita doutrina, o apóstolo Paulo faz três afirmações mui preciosas, que se nos apresentam como três verdades nucleares da fé cristã. Vejamo-las:
1. Para reconciliar-nos consigo mesmo, Deus não colocou a nossa dívida em nossa conta. Paulo escreve: “A saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões…” (2Co 5.19). A Escritura diz que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Somos devedores e a nossa dívida com Deus é impagável. Jamais poderíamos saldar essa dívida. Pecamos contra Deus por palavras, por obras, por omissão e por pensamentos. O pecado atingiu todas as áreas da nossa vida: razão, emoção e vontade. O pecado maculou nosso corpo e nossa alma. O pecado é maligníssimo aos olhos de Deus. Sendo Deus santo, santo, santo, ele não pode contemplar o mal. Sua justiça exige a completa punição do pecado e o salário do pecado é a morte. Se Deus lançasse em nossa conta a nossa imensa dívida, estaríamos irremediavelmente perdidos. A palavra “imputação” significa “colocar na conta de”. Uma vez que o pecado é considerado uma dívida, Deus não colocou essa dívida em nossa conta.
2. Para reconciliar-nos consigo mesmo, Deus colocou a nossa dívida na conta de Jesus, o seu Filho. Paulo registra: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós…” (2Co 5.21a). Em vez de Deus lançar nossos pecados sobre nós, lançou-os sobre o seu Filho. O profeta Isaías diz: “… mas o Senhor fez cair sobre ele [Jesus] a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). O apóstolo Pedro nessa mesma linha de pensamento diz: “Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados…” (1Pe 2.24). O apóstolo João registra a penúltima palavra de Jesus na cruz. Foi um brado de vitória e triunfo: “Está consumado!” (Jo 19.30). Essa expressão significa: está pago! O apóstolo Paulo é enfático: “Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz” (Cl 2.14). A dívida que não foi colocada em nossa conta e colocada na conta de Jesus, foi completamente paga, não com ouro ou com prata, mas com o sangue precioso do bendito Filho de Deus.
3. Para reconciliar-nos consigo mesmo, Deus colocou em nossa conta a plena justiça de Jesus, o seu Filho. Paulo conclui: “… para que, nele [Jesus], fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21b). A reconciliação é edificada sobre o fundamento da justificação. A justificação é um ato único e soberano de Deus e não um processo. Não possui graus. Ao sermos justificados, estamos justificados plena e eternamente. A justificação é mais do que perdão. No perdão nossa dívida é cancelada. Na justificação, todo o crédito da justiça de Cristo é depositada em nossa conta. Pela justificação estamos quites com a lei de Deus e com a justiça de Deus. A penalidade que deveríamos receber, Jesus nosso fiador e representante, sofreu por nós. Agora, pois, já não há mais nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus, nosso Senhor. Na cruz, a justiça de Deus foi plenamente satisfeita. Na vida e na morte de Jesus, a lei foi cabalmente cumprida. Nós, que cremos no Filho de Deus, morremos com Cristo para o pecado e ressuscitamos com ele para uma nova vida. Nós que estávamos perdidos, fomos achados. Nós que éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados!
Rev. Hernandes Dias Lopes
Obrigada, pastor Hernandes,
Leitura reconfortante não só para iniciarmos a semana, mas para a nossa vida com a certeza que formos reconciliados pelo sacrifício de Jesus Cristo, nosso único e sufucuente salvador.