Os pilares da nossa salvação
“eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo…” (1Pe 1.2).
O apóstolo Pedro endereça sua primeira epístola aos forasteiros da dispersão que estavam enfrentando o fogo ardente do sofrimento. Inobstante às circunstâncias hostis, mostra àqueles crentes, exilados da eternidade, que podiam ter plena segurança de sua salvação, uma vez que a salvação descansa sobre três pilares inabaláveis:
1. O pilar da eleição de Deus. Não fomos nós que escolhemos a Deus, foi ele quem nos escolheu. Não fomos nós que primeiro amamos a Deus, foi ele quem nos amou primeiro. A eleição divina é eterna, em Cristo, pela santificação do Espírito e fé na verdade, para sermos santos e irrepreensíveis. A eleição divina não é resultado da fé; a fé é consequência da eleição. Não fomos eleitos porque cremos; cremos porque fomos eleitos (At 13.48). A eleição divina não é consequência da santidade, mas a sua causa (Ef 1.4). A eleição divina não é fruto das boas obras, pelo contrário, fomos criados em Cristo para as boas obras (Ef 2.9,10). A eleição divina é irrevogável. Todos aqueles a quem ele escolheu na eternidade, ele chama eficazmente pelo evangelho. Ninguém pode vir a Cristo se o Pai não o trouxer e todo aquele que vem a ele de maneira nenhuma o Senhor o lançará fora (Jo 6.37,44).
2. O pilar da redenção pelo sangue de Jesus Cristo. A eleição eterna do Pai, passa necessariamente pelo sacrifício substitutivo do Filho. Todo aquele a quem Deus escolhe, o Filho redime com seu sangue: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Rm 8.30). Jesus Cristo foi enfático ao dizer que as suas ovelhas ouvem a sua voz e o seguem. A essas ele dá a vida eterna e ninguém pode arrebatá-las de suas mãos (Jo 10.27,28). Jesus Cristo, com o seu sangue, comprou para Deus todos aqueles a quem ele escolheu na eternidade. Ele morreu para comprar com o seu sangue aqueles que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9). Ele não morreu apenas para possibilitar a salvação dos escolhidos de Deus, mas morreu efetivamente no lugar deles, para redimi-los. Sua morte foi vicária. Ele morreu pelos nossos pecados (1Co 15.3). Ele morreu em nosso lugar e sofreu o castigo que nos traz a paz (Is 53.5). Ele se fez pecado e maldição por nós. Sofreu o golpe da lei que deveríamos sofrer. Ao crermos em seu nome, somos justificados. Por isso, nenhuma condenação há mais para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). Quem crê tem a vida eterna; está quites com a lei de Deus e com a justiça divina.
3. O pilar da santificação do Espírito. Todo aquele que o Pai escolhe na eternidade, é redimido pelo sangue de Jesus Cristo, seu Filho e também é santificado pelo Espírito Santo. Deus nos salva do pecado e não no pecado. A evidência de que um indivíduo é um eleito de Deus é se ele crê em Cristo e se está sendo santificado pelo Espírito (2Ts 2.13). Fomos eleitos em Cristo, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis (Ef 1.4). Sem santificação ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Nenhuma pessoa pode se considerar salva a menos que tenha confiado em Cristo e esteja sendo transformada de glória em glória na imagem de Cristo, pela obra do Espírito Santo. Longe da doutrina da eleição estimular uma vida descuidada com a santidade, é seu fundamento mais sólido. O mesmo Deus que predestinou os fins, também estabeleceu os meios. O mesmo Deus que nos escolheu para a salvação, por sua graça, antes dos tempos eternos (2Tm 1.9), determinou que fôssemos eleitos para uma vida de santidade e irrepreensibilidade (Ef 1.4). Que ninguém se arvore contra essa verdade solene! Que o nosso coração se renda em gratidão e louvor Àquele que nos amou com amor eterno, nos resgatou com o sangue do seu Filho unigênito e nos santifica pela obra do seu Espírito.
Rev. Hernandes Dias Lopes