O túmulo vazio de Cristo, o berço da igreja
A Páscoa Judaica cumpriu-se em Cristo. Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ao morrer na cruz, ele varreu do altar os animais mortos. Sendo o Sumo Sacerdote perfeito, ofereceu-se a si mesmo como o sacrifício perfeito. Sendo justo, morreu pelos injustos, para justificar os que nele creem.
A cruz de Cristo foi o palco mais eloquente do amor de Deus pelos pecadores e ao mesmo tempo a expressão mais radical de sua justiça, pois o Pai aplica em seu próprio Filho o golpe da lei que deveríamos receber. Deus lançou sobre seu Filho, na cruz, a iniquidade de todos nós. Jesus foi ferido e agradou ao Pai moê-lo. Ele foi feito pecado por nós ao assumir nosso lugar, como nosso representante e substituto. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele e por suas pisaduras fomos sarados. Jesus morreu em nosso lugar, em nosso favor. Sua morte foi vicária. Ele morreu a nossa morte, quitando nossa dívida e livrando-nos da condenação eterna.
Mas a morte não pode detê-lo. Ele entrou nas entranhas da morte, matou a morte, arrancando seu aguilhão. A morte foi tragada pela vitória. Jesus irrompeu da morte, ressuscitando vitoriosamente, deixando para trás seu túmulo vazio. A ressurreição não é uma metáfora da esperança cristã, mas uma realidade histórica indiscutível. A ressurreição é um artigo de fé e ao mesmo tempo, nossa mais vívida esperança. Jesus ressuscitou e apareceu aos seus discípulos e a mais de quinhentos irmãos de uma só vez. Ele ressuscitou e deu provas incontestáveis de sua ressurreição. Nesse fundamento inabalável construímos nossa esperança. Porque ele ressuscitou, nossa pregação é boa nova de grande alegria. Porque ele ressuscitou, nossa fé é inabalável. Porque ele ressuscitou, temos a garantia que aqueles que morreram em Cristo, não pereceram, mas estão na glória e que os nossos pecados estão cancelados. Porque ele ressuscitou, somos testemunhas de Deus e embaixadores em nome de Cristo entre as nações. Porque ele ressuscitou, nossa esperança não se limita apenas a esta vida.
Mas a ressurreição de Cristo é também o berço da igreja. Porque o nosso Redentor levantou-se da morte e retornou ao céu, ele derramou o Espírito Santo sobre a igreja e como nosso Advogado, intercede por nós, podendo salvar-nos totalmente. Porque ele ressuscitou, ele está com seu povo todos os dias, até à consumação dos séculos. Porque ele ressuscitou, a igreja, na força do seu poder, caminha vitoriosamente. Mesmo enfrentando a perseguição e o martírio, a igreja segue caminhando. Ninguém pode deter os seus passos. Ninguém pode calar sua voz. Ninguém pode toldar sua esperança. A igreja olha para a cruz e vê seus pecados cancelados e a cabeça da serpente esmagada. Olha para o túmulo vazio de Cristo e vê o seu triunfo sobre a morte, trazendo-nos a imortalidade. Olha para a sua presença conosco até à consumação dos séculos e enche-nos de entusiasmo para cumprir a grande comissão. Olha para a promessa de sua segunda vinda e deixa brotar de sua alma o brado: Maranata, ora vem Senhor Jesus!
Hoje, quando celebramos a Cristo, o Cordeiro que foi morto, mas está vivo pelos séculos dos séculos, nutrimos nossa alma de inexcedível gratidão. Estávamos perdidos e fomos achados. Estávamos mortos e revivemos. Éramos escravos do pecado e hoje somos livres. Vivíamos no império das trevas e agora fomos transportados para o reino do Filho do seu amor. Oh, que privilégio temos! Somos filhos de Deus, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo. Somos cidadãos dos céus e temos o nosso nome escrito no livro da vida. Rendemos, portanto, ao nosso glorioso Redentor, nosso preito de louvor e prostramo-nos ao seus pés em reverente adoração.
Rev. Hernandes Dias Lopes