Deus resiste aos soberbos
A soberba é um grave pecado. Sua presença na vida de um cristão constitui-se num sério obstáculo para o exercício da comunhão com Deus e o próximo. Consciente de sua gravidade e dos sérios malefícios advindos de sua ação, o apóstolo Pedro adverte: “Deus resiste aos soberbos”. (I Pe 5.5b). Quem é dominado pela soberba tem a si como a medida de todas as coisas, não admite a possibilidade de errar, depender dos outros e pedir desculpas. A humildade provoca calafrios no soberbo e a possibilidade de praticá-la é completamente desprezada.
O soberbo também pode ser conhecido como: altivo, arrogante, imodesto, jactancioso, orgulhoso, pedante, presunçoso, pretencioso e vaidoso. O deleite na prática da soberba só demonstra que quem assim procede não está em sintonia com Cristo Jesus, pois sua instrução aos seus discípulos é de outra natureza: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mt 11.29-30).
Todos nós precisamos ter cuidado com a soberba, pois ela se aproxima de nós sorrateiramente e finca suas raízes silenciosamente a fim de não chamar nossa atenção. Não admitir a possibilidade de sermos inoculados por seu veneno já é uma forte evidência de sua presença e ação (“Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia”. I Co 10.12). As Escrituras nos mostram os perigos a que os soberbos estão expostos, são eles:
1. A oposição do próprio Deus. Ter a oposição dos homens ou instituições não é algo agradável, porém é suportável (Nm 12.1-2; 14.1-4; 16;1-4). Agora, ter o próprio Deus como opositor é loucura. Em mais de uma oportunidade a Bíblia nos mostra que o SENHOR está em oposição ao soberbo (Sl 138.6; Pv 3.34; Tg 4.6; 1Pe 5.5).
2. A proximidade da ruína. Sem a bênção e a proteção de Deus estamos em perigo. O soberbo age altivamente confiado na força do seu braço e estribado em seu próprio entendimento (Jr 17.5). Confia em seu coração (Jr 17.9) e acredita que seus projetos são infalíveis (Pv 16.1,9). Asoma de todos esses fatores produz um resultado amargo e doloroso (“Asoberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda”. Pv 16.18).
3. A contenda. O soberbo não é amigo da paz. Na verdade o soberbo possui uma enorme dificuldade em se relacionar com as pessoas, pois a vaidade e o orgulho são obstáculos para o reconhecimento das qualidades, acertos e méritos dos outros. Em Provérbios 13.10 somos alertados sobre o resultado da soberba nos relacionamentos interpessoais (“Da soberba só resulta a contenda, mas com os que se aconselham se acha a sabedoria”).
A soberba contamina o homem e é considerada um mau desígnio (“E dizia: O que sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem.” – Mc 7.20-23).
Todos nós estamos vulneráveis à soberba, precisamos com diligência rogar a Deus que nos investigue (“Sonda- me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” – Sl 139.23-24) e nos livre de tão grande mal (“Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.” – Sl 19.13). Que Deus tenha misericórdia de nós!
Rev. Jailto Lima do Nascimento