“… Senhor, ensina-nos a orar…”
Os mais renomados teólogos cristãos de todos os tempos sempre dispensaram cuidadosa atenção a oração. Ao longo dos séculos, piedosos homens e mulheres, das mais diversas faixas etárias empregaram o melhor do seu tempo no cultivo de tão importante meio de graça.
Dentre tantas evidências apresentadas na Bíblia, quanto ao valor e significado da oração na vida dos servos do Senhor, gostaria de destacar a solicitação apresentada por um dos discípulos de Jesus, que cuidadosamente foi registrada pelo evangelista Lucas: ”De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos. Então, ele os ensinou: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; o pão nosso cotidiano dá-nos de dia em dia; perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve; e não nos deixes cair em tentação.” (Lc 11.1-4)
Do texto bíblico em tela, gostaria de destacar três aspectos de suma importância para todos nós:
1. A solicitação: A estória da “lâmpada mágica” de Aladim chama nossa atenção para a importância de saber pedir, pois o “gênio” só atende até três desejos, devendo o solicitante exercer critério, não desperdiçando a oportunidade com futilidades.
O anônimo discípulo foi criterioso na sua solicitação, pois pediu o fundamental, o básico, o indispensável, o imprescindível: “…Senhor, ensina-nos a orar…”. Ele não pediu saúde, riqueza, poder, paz, vida confortável e tranquila, pois qual a importância de tudo isso se o homem não tem comunhão com Deus? Não é ilícito rogarmos a Deus pelos temas acima, porém devemos ter sempre em mente que o mais importante é: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. (Mt 6.33).
Segundo o renomado teólogo J.I. Packer, “não é um exagero dizer que Deus nos criou para orar, que a oração é a atividade mais natural (não a mais fácil) na qual podemos nos envolver e que é a medida de todos nós à vista de Deus.” Também de grande impacto é a afirmação de Murray McCheyne: “O que um homem é sozinho de joelhos diante de Deus, isto é o que ele é e nada mais”.
2. A quem foi dirigida a solicitação: Como quem não tem conhecimento pode ensinar? Como quem não pratica pode ser exemplo? O discípulo pediu à pessoa certa, pois ninguém valorizou mais a oração que o nosso bendito e glorioso Salvador. O ministério terreno de Jesus foi caracterizado pela oração; todos os grandes momentos de sua vida foram antecedidos por intenso clamor ao Pai (Mt 4.1-2, Lc 6.12-16; 9.28-36; 22.39-46). Para Jesus, falar com Deus não era um fardo, um momento sombrio ou tempo perdido, antes um tempo de deleite e refrigério (Mc 1.35).
3. A resposta apresentada por Jesus: O texto nos informa que imediatamente a solicitação foi atendida. Não devemos ser ingênuos imaginando que todos os pedidos apresentados pelos discípulos foram respondidos positivamente. Quando a solicitação era inoportuna, inconveniente, egoísta e contrária ao ensino do Mestre, a resposta era negativa e até com firme censura (Mc 10.35-45 e At 1.6-7). Ao sublime e nobre pedido, Jesus respondeu com doçura e entusiasmo, proporcionando instruções válidas para todos os seus seguidores, para todas as épocas e para todos os lugares.
Que Deus nos ajude a priorizar a oração em nosso viver diário.
Rev. Jailto Lima do Nascimento