NÃO NOS CANSEMOS DE FAZER O BEM

“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfaleceremos”
(Gl 6.9).

Somos salvos pela graça, mediante a fé, para as boas obras. Somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus paras  as boas obras. Fazer o bem é nossa missão. Fazer o bem é expressão de nossa fé. Fazer o bem socorre os homens na terra e  glorifica a Deus no céu. Porém, fazer o bem pode levar-nos a uma exaustação. Por isso, muitos estão cansados da obra e na  obra. Não podemos desfalecer na medida que nossas mãos estão estendidas para a prática do bem. Fazer o bem é uma  semeadura e toda semeadura tem uma colheita. Hoje é tempo de semear e de colher. Mas quais são os estágios dessa  prática do bem? Vejamos:  

  1. Devemos fazer o bem prioritariamente à nossa própria família (1Tm 5.8). “Ora, se alguém não tem cuidado  dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. A família é o nosso primeiro  núcleo de relacionamento e a nossa primeira área de atuação. Devemos cuidar de nossa família, suprindo suas  necessidades e assistindo-a em suas carências. A prática do bem precisa ser primeiro dentro dos portões para depois  transbordar para fora dos portões. Fazer o bem para fora e desamparar os de casa é uma incongruência. A generosidade  começa em casa. Nossa família deve merecer o melhor do nosso tempo e dos nossos recursos. Não podemos assistir os de  fora e deixar à míngua os da própria casa.  
  2. Devemos fazer o bem aos domésticos da fé (Gl 6.10). “Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o  bem a todos, mas principalmente aos da família da fé”. Nem sempre temos oportunidade de fazer o bem. As  oportunidades não devem ser perdidas nem desperdiçadas. A demanda é grande e as necessidades dos nossos irmãos  gritam aos nossos ouvidos e são patentes aos nossos olhos. A igreja é uma família e na família da fé os irmãos devem  socorrer uns aos outros. O amor não é um discurso, mas uma prática. O amor não é apenas de palavras, mas deve ser de  fato e de verdade. A evidência de que somos discípulos de Cristo é o amor. O amor é o cumprimento da lei. O amor não é o  que prometemos ou sentimos, mas o que fazemos. Não podemos amar a Deus sem amar os irmãos. Não podemos amar os  irmãos sem socorrê-los em suas necessidades. A Palavra é Deus é categórica em dizer que devemos compartilhar as  necessidades dos santos e praticar a hospitalidade (Rm 12.13). 
  3. Devemos fazer o bem a todos indistintamente (Gl 6.10). “… façamos o bem a todos…”. Depois de assistir a  família e fazer o bem aos domésticos da fé, precisamos alargar as fronteiras da prática do bem para todas as pessoas.  Nessa seara não tem muros. Devemos amar e fazer o bem a todos, sem exceção e sem acepção. O amor desconhece  barreiras de gênero, raça, cultura e religião. A prática do bem é um testemunho eloquente do evangelho numa sociedade  onde predomina o egoísmo. A prática do bem é a apologética final num mundo marcado pelos discursos religiosos e pelo  apego às coisas materiais. A prática do bem adorna nossas palavras, confirma nosso testemunho, impacta as pessoas à  nossa volta e glorifica a Deus. É tempo de abrir o coração, os lábios, as mãos, o bolso e a casa para ser um abençoador, um  agente da prática do bem. 
  4. Devemos fazer o bem até aos nossos inimigos (Rm 12.20,21). “… se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer;  se tiver sede, dá-lhe de beber […]. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. A prática do bem é  endereçada não apenas àqueles que nos fazem bem, mas também deve chegar até mesmo àqueles que nos fazem mal. Não  vencemos um inimigo, pagando o mal com o mal. Transformamos o inimigo em amigo, quando pagamos o mal como  bem. O amor excede. É ultra circunstancial. Pagar o bem com o mal é demoníaco; pagar o mal com o mal é desumano;  mas, pagar o mal com o bem é divino. Então, faça o bem à sua família, aos seus irmãos, a todos os homens e até mesmo aos  seus inimigos! 

Rev. Hernandes Dias Lopes 

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