A OBRA DO ESPÍRITO SANTO

Na carta de Paulo aos efésios, o veterano apóstolo trata, de maneira singular, da obra do Espírito Santo. O Espírito Santo é o aplicador da obra da redenção e aquele que reveste a igreja de poder para testemunhar o evangelho ao mundo. Vejamos:
Em primeiro lugar, o selo do Espírito (Ef 1.13). O selo do Espírito ensina-nos três verdades. O selo fala de propriedade. Somos propriedade exclusiva de Deus. Ele nos criou e nos comprou. Somos duplamente de Deus. O selo fala, também, de legitimidade. Somos propriedade legítima de Deus. O que foi realizado em nós não é uma obra falsa nem híbrida, mas pura. Ainda, o selo fala de inviolabilidade. Temos o lacre do Espírito. Nossa salvação está assegurada.

Em segundo lugar, o penhor do Espírito (Ef 1.14). O penhor aponta para duas verdades importantes. Na linguagem comercial, o penhor é a primeira parcela de um pagamento, com a promessa de que o pagamento final será efetuado. A boa obra que Deus começou a operar em nós, ele mesmo vai conclui-la até o dia de Cristo Jesus. O penhor do Espírito é essa garantia. Na linguagem familiar, o penhor fala do anel de noivado, com a promessa de que o compromisso feito no noivado será consumado com o casamento. A igreja é a noiva de Cristo e em sua segunda vinda, o casamento será consumado.

Em terceiro lugar, o revestimento de poder (Ef 3.16,17). O Espírito nos reveste de poder para que Cristo habite em nosso coração. O poder do Espírito é evidenciado quando Cristo assume o comando de nossa vida. A palavra “habitar” significa habitar não como um turista, mas habitar como um residente permanente, ou seja, habitar como o dono da casa. O turista que se hospeda num hotel não é o dono daquele quarto. Não pode fazer mudanças no quarto, mas o dono da casa pode fazer reformas e até jogar fora o que não lhe agrada. A evidência do poder do Espírito em nós é o senhorio de Cristo em nossa vida. O Espírito Santo veio para nos revelar Jesus. Seu ministério é o ministério do holofote. O Espírito Santo aponta para Jesus e exalta Jesus em nossa vida.

Em quarto lugar, não entristeça o Espírito Santo (Ef 4.30). O Espírito Santo é uma Pessoa divina. Ele habita em nós. Somos o santuário de sua morada. Sempre que deixamos de seguir sua orientação, ele é entristecido. Sempre que nós desobedecemos aos preceitos da Palavra de Deus, nós o entristecemos. Precisamos ouvir a voz do Espírito, obedecer ao Espírito, viver no Espírito, andar no Espírito e produzir o fruto do Espírito.

Em quinto lugar, a plenitude do Espírito Santo (Ef 5.18-21). No texto em tela, há duas ordens: uma negativa e outra positiva. A negativa proíbe o crente de embriagar-se com vinho; a positiva ordena-o a ser cheio do Espírito. Uma pessoa embriagada está governada pelo vinho assim como uma pessoa cheia do Espírito está governada pelo Espírito Santo. Essa é uma semelhança superficial. Mas há aqui um contraste profundo. O resultado da embriaguez é a dissolução, enquanto o resultado da plenitude do Espírito é comunhão, adoração, gratidão e submissão. A plenitude do Espírito Santo não é uma sugestão, mas uma ordem expressa e ordem para todos os crentes. O verbo “enchei-vos” está no imperativo e no plural. O verbo “enchei-vos” está, também, no presente contínuo, significando que a plenitude de ontem não serve mais para hoje. Todo dia é necessário estar cheio do Espírito Santo. O verbo, por fim, está na voz passiva. Isso significa que não somos os agentes na plenitude, mas os receptáculos dela. Não enchemos a nós mesmos nem administramos essa plenitude para outrem. Somos cheios em vez produzirmos essa plenitude. Enquanto nossa vida for como vasilhas vazias, o azeite vai jorrar em nós. Não há limitação em Deus. Ele não nos dá o seu Espírito por medida. Há sempre mais, infinitamente mais para nós. Você está cheio do Espírito Santo?

Rev. Hernandes Dias Lopes

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