A plenitude do Espírito Santo e a pregação

Há uma estreita conexão no livro de Atos dos Apóstolos entre plenitude do Espírito Santo e pregação. Sempre que a igreja foi revestida com o poder do Espírito, ela saiu para pregar. O Espírito Santo é derramado para levar a igreja para fora dos portões. O Espírito desce sobre a igreja e a igreja sai para anunciar a palavra de Deus. O Espírito vem sobre a igreja e a igreja vai lá fora onde os pecadores estão para levá-los a Cristo.

Em Atos 1.8 há a promessa do revestimento de poder. No Pentecostes essa promessa se cumpre e a igreja é capacitada para ser testemunha até aos confins da terra. Em Atos 2.4, os cento e vinte discípulos que estavam no cenáculo ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar as grandezas de Deus. O apóstolo Pedro, cheio do Espírito Santo, levantou-se para pregar uma mensagem Cristocêntrica e quase três mil pessoas foram salvas (At 2.14-41). Em face da prisão e da ameaça aos apóstolos, a igreja em vez de se intimidar, orou com fervor, pedindo intrepidez para pregar. O Espírito desceu sobre eles e encheu a todos e, com intrepidez, anunciaram a palavra de Deus (At 4.31). Em Atos 6.3 vemos os apóstolos escolhendo dentre os irmãos homens cheios do Espírito Santo para ocuparem a diaconia das mesas. O resultado foi o crescimento da palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos (At 6.7). Estêvão, cheio do Espírito Santo, graça e poder fazia prodígios e grandes sinais entre o povo e ninguém podia resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele falava (At 6.8,10). Seu sermão foi um verdadeiro passeio pela história da redenção (At 7.1-60).

Em face da perseguição da igreja em Jerusalém, todos os crentes exceto os apóstolos foram dispersos (At 8.1), mas os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra (At 8.4). Felipe, que era um homem cheio do Espírito Santo (At 6.3-5), desceu a Samaria e ali pregou aos ouvidos e aos olhos e viu grandes multidões atendendo, unânimes, às coisas que ele dizia (At 8.6). Logo que Saulo foi convertido a Cristo, depois de ser curado, batizado e cheio do Espírito Santo, passou a pregar nas sinagogas, a Jesus, afirmando ser ele o Filho de Deus e, ainda, demonstrando ser ele o Cristo, o Messias (At 9.17,18; 9.20,23).

Uma igreja que caminha no conforto do Espírito é uma igreja que cresce em números (At 9.31). Barnabé e Saulo, enviados pelo Espírito Santo, saíram para a primeira viagem missionária. Pregaram aos ouvidos e aos olhos e igrejas foram plantadas e liderança foi estabelecida nas igrejas (At 13 e 14). A obra de Deus avançou no poder do Espírito e igrejas foram plantadas nas províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. A igreja saiu de Jerusalém e chegou a Roma, o coração do império.

A igreja ainda hoje precisa caminhar na força do Espírito. Antes de Jesus enviar a igreja ao mundo, enviou o Espírito à igreja. Essa ordem não pode ser invertida. A obra de Deus não pode ser feita na força do braço da carne. Não haverá pregação poderosa para o crescimento da igreja a não ser que o Espírito Santo nos capacite. A pregação deve ser lógica em fogo vinda de um pregador que está inflamado pelo fogo do Espírito. Os resultados pífios da pregação hoje devem-se à nossa fraqueza espiritual. Falta oração e poder. Falta quebrantamento e fervor. Temos luz na mente, mas não fogo no coração. Temos conhecimento, mas falta-nos o poder do Espírito. O preparo humano não pode dispensar a capacitação divina. Precisamos estudar a ponto de sermos obreiros aprovados, mas precisamos, de igual modo, dobrar os joelhos e pedirmos o revestimento do poder do Espírito. Não podemos falar ao povo apenas da plenitude da nossa cabeça e do vazio do nosso coração. Precisamos ter a mente cheia da verdade e o coração aquecido pelo fogo do céu. Precisamos de ortodoxia e piedade, conhecimento e poder. Precisamos da capacitação do céu para sermos embaixadores de Deus na terra. Precisamos do poder de Deus para pregarmos com eficácia aos homens!

Rev. Hernandes Dias Lopes

 

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