Investir bem é fundamental

Mais um ano se findou. Ao logo de 2012 escrevemos um extenso capitulo de nossa história pessoal, concluímos um período, encerramos uma fase, findamos um ciclo e espero que tenha sido um tempo muito bem aproveitado por todos, pois o tempo não volta.

Agora estamos em um novo ano, nova etapa, novo período, novas oportunidades. Adentrar a um novo ano é certamente um grande privilégio, uma generosa bênção do Senhor, demonstração inequívoca de sua graça e misericórdia sobre nós. Porém, não são todos que percebem a grande oportunidade colocada diante de si, pois, muitos tratam o tempo e as oportunidades como coisa banal, trivial e de somenos importância.

Creio ser extremamente relevante refletirmos agora, nos primeiros dias de 2013, sobre as preciosas verdades contidas na parábola dos talentos, contada por Jesus aos seus discípulos, e registrada no evangelho escrito por Mateus (25.14-30). A parábola é de uma riqueza extraordinária e seu valor e pertinência para nossas vidas dificilmente serão plenamente descritos.

Dentre tantas lições quero destacar as seguintes:

1 – Tudo que somos e temos é fruto da graça (Mt 25.14) – O senhor da parábola representa Deus, que voluntariamente (não constrangido, pressionado ou obrigado) chama seus servos e amorosamente confia a eles seus bens, para que por meio deles, eles se desenvolvam. Devemos atentamente observar que, absolutamente ninguém foi omitido, todos receberam algo. Nenhum de nós pode afirmar ter sido esquecido, omitido ou desprezado, pois Deus concede suas bênçãos e favores a todos.

2 – As dádivas concedidas por Deus estão sempre de acordo com a capacidade de cada um (Mt 25.15) – Deus não nos concede oportunidades que não possamos aproveitar, benefícios que não possamos usufruir e tarefas que não tenhamos condições de executar. Ele não nos esmaga com um peso insuportável, antes é o Deus que leva o nosso fardo (Mt 11.28) e que nos oferece o que é “suave” e “leve” (Mt 11.30). Recebemos do Senhor dons, talentos, oportunidades e privilégios compatíveis com nossas forças, condições e capacidades.

3 – As oportunidades não são aproveitadas por todos (Mt 25.16-18) – A parábola ensina que dois servos agiram com diligência, não perderam tempo, não fizeram “corpo mole” como tantos que vivem deixando as coisas para o dia seguinte, adiando o inadiável. O texto afirma que “imediatamente” eles foram investir o que haviam recebido. Já o terceiro servo, o que recebera um talento (medida de peso, não uma moeda específica – valor aproximado a quase 20 anos de salário de um trabalhador comum), foi negligente, covarde, sem visão e desrespeito. Seu egoísmo foi tão grande que ele abriu uma cova e escondeu os bens recebidos, teve força e iniciativa para enterrar (fazer o que era mau), usou sua imaginação para sua própria condenação. Na vida cristã, infelizmente, muitos agem assim, passam anos e anos na igreja cavando um buraco bem fundo para sepultar os dons, talentos e oportunidades recebidos de Deus. Não crescem, não se desenvolvem, ano após ano permanecem estagnados espiritualmente; passam a maior parte do tempo com a pá na mão, buscando um espaço onde possam cavar e enterrar as oportunidades recebidas.

4 – O negligente tem sempre uma desculpa (Mt 25.24-25) – É tolice pensar que não temos a quem prestar contas, que nossas decisões estão isentas de responsabilidades, que elaboradas explicações serão aceitas por Deus quando formos chamados para respondermos por aquilo que nos foi confiado. A parábola é clara em afirmar a prestação de contas (Mt 25.19), a recompensa dos diligentes e fiéis (Mt 25.21-23), e o vexame a que será exposto o negligente infiel (Mt 25.24-30). Muitos tentam explicar sua letargia espiritual, sua apatia para com a obra de Deus e sua gritante falta de compromisso com os meios de graça, por meio de diversas desculpas, tais como: falta de tempo em decorrência dos compromissos profissionais e acadêmicos, incompatibilidade com outros irmãos, discordância com a dinâmica eclesiástica, distância entre a residência e a igreja, o trânsito, o clima e tantas outras.

Adentramos a um novo ano, repleto de oportunidades concedidas pelo Senhor. Sejamos sábios e prudentes na aplicação dos recursos recebidos. Sabemos que, baseados em nossas forças, não lograremos êxito, porém firmados na genuína graça de Deus (I Pe 5.12), avancemos com fé, amor, perseverança e sabedoria em todas as áreas, para a glória de nosso Deus e Salvador.

Rev. Jailto Lima

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