A festa do pecado termina em tragédia

O Carnaval é a maior festa popular do Brasil. Essa festa faz propaganda de seu luxo e alegria, mas termina em cinzas. De igual modo, o livro do profeta Daniel, registra a festa promovida pelo rei Belsazar, com mil de seus ilustres convidados, na orgulhosa e inexpugnável cidade da Babilônia, capital do mais poderoso império do mundo. Festejaram, beberam e deram louvores a seus deuses na própria noite em que o rei foi morto e a Babilônia caiu nas mãos dos medos e dos persas. Esse episódio enseja-nos algumas lições:

1. A festa do pecado profana as coisas sagradas (Dn 5.1-4). Belsazar insatisfeito com o glamour de sua festa e com a bebedeira ao lado dos grandes de seu império, bem como de suas mulheres e concubinas, mandou trazer os utensílios sagrados, saqueados do templo de Jerusalém, para beber com eles. Nessa festa do pecado, profanaram as coisas sagradas, ultrajaram o nome de Deus e acumularam sobre si mesmos a justa ira de Deus. Ainda hoje, aqueles que se rendem aos apetites desenfreados da carne não hesitam em profanar as coisas de Deus e em escarnecer das coisas sagradas.

2. A festa do pecado enfrenta a visitação do juízo divino (Dn 5.5-9). No mesmo instante que Belsazar estava blasfemando contra Deus, usando os utensílios do templo para sua diversão carnal, apareceu uns dedos de mão de homem, escrevendo palavras misteriosas na caiadura da parede do rico salão onde estavam festejando. O semblante do rei descaiu e seus pensamentos foram turbados. O pânico tomou conta daquele ambiente dominado pela diversão. Pensando estar no controle da situação, o rei ordena que se traga os encantadores para decifrarem as palavras misteriosas. O rei ofereceu riquezas e prestígio em seu reino a quem pudesse trazer luz às suas densas trevas. Tudo em vão, os encantadores não puderam explicar para o rei o significado das palavras misteriosas. Isso apenas acrescentou mais temor ao seu coração já sobressaltado.

3. A festa do pecado é confrontada pelo profeta de Deus (Dn 5.10-29). Aquilo que os encantadores não puderam explicar, Daniel explicou. O rei ofereceu a ele presentes e prestígio, e ele recusou. Daniel não era um profeta da conveniência nem tinha vendido sua consciência por dinheiro. Mostrou ao rei que o reino da Babilônia havia sido dado por Deus a Nabucodonosor, seu pai. Toda a grandeza e riqueza daquele vasto império era obra de Deus e não engenho político do grande monarca. Mostrou, ainda, que em virtude do ensoberbecimento de Nabucodonosor, Deus o tirou do trono e o fez comer erva como aos bois, até que reconhecesse que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele. Agora, Daniel confronta Belsazar, dizendo que ele, sendo testemunha de tudo isso, não se humilhou, antes se levantou contra o Senhor do céu e profanou os utensílios sagrados, tirados do templo de Jerusalém. Daniel diz a Belsazar, que agora, o Deus em cuja mão está a vida do rei, enviou a mão para escrever na parede uma mensagem de juízo. A escritura foi essa: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. Esta é a interpretação: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. Pesado foste na balança e achado em falta. Divido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas. Oh, quão trágica foi aquela festa! Naquela noite, Deus pesou Belsazar na balança e o achou em falta. Naquela noite, Deus contou o reino da Babilônia e disse: acabou! Naquela noite, o reino da Babilônia foi dividido e entregue nas mãos dos medos e dos persas.

4. A festa do pecado termina com a morte do rei e a queda do reino (Dn 5.30,31). Naquela mesma noite, Belsazar, o rei dos caldeus, foi morto e Dario, o medo, se apoderou do reino. O jovem rei, cercado de riqueza e poder foi ceifado pela morte imediatamente e a orgulhosa e inexpugnável Babilônia caiu nas mãos de outro império. Oh, quão vulnerável é a força do braço da carne! Oh, quão tola é a confiança do homem nos poderes da terra! Oh, quão passageiras são as alegrias do pecado! Oh, quão trágico é o homem chegar ao final da vida e não estar preparado para se encontrar com Deus!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *