O GRANDE LIVRAMENTO DE DEUS

“Pois livraste da morte a minha alma, das lágrimas, os meus olhos, da queda, os meus pés”
(Sl 116.8).

Muitos estudiosos atribuem o Salmo 116 ao rei Ezequias. Este piedoso rei de Judá governava em  Jerusalém, quando o Império Assírio conquistou o reino do Norte. Anos depois, o exército assírio sitiou  Jerusalém e o comandante deu ordens expressas a Ezequias para se render, dizendo-lhe que seu Deus não  poderia livrá-lo de suas mãos. Não bastasse esse cerco de um poderoso exército inimigo, Ezequias adoeceu  mortalmente e o profeta Isaías foi enviado ao rei para dar-lhe um recado urgente: “Põe em ordem a tua casa,  porque certamente morrerás, e não viverás”. Ezequias vira o rosto para a parede, ora fervorosamente e chora  copiosamente. Deus responde-lhe rapidamente, curando-o de sua enfermidade e livrando-o da iminente invasão  assíria.
O Salmo em apreço é o testemunho de Ezequias acerca do grande livramento de Deus. No versículo em  tela, o livramento de Deus é descrito de três formas eloquentes: 

  1. O livramento espiritual (Sl 116.8a). “Pois livraste da morte a minha alma…”. O maior cativeiro que o  homem enfrenta não é aquele que aprisiona seu corpo e limita seu direito de ir e vir, mas o cativeiro espiritual. A prisão espiritual encerra o homem numa masmorra de trevas, sob as algemas do pecado. Aquele que pratica o  pecado é escravo do pecado, vive na coleira do diabo, debaixo do látego dos vícios deletérios. O mundo está  posto no maligno. O príncipe da potestade do ar atua nos filhos da desobediência. Estes, vivem na casa do  valente, na potestade de Satanás, no reino das trevas. A menos que Jesus, o mais valente, resgate-os da casa da  servidão, permanecerão debaixo do tacão cruel desse feitor de escravos. Certamente, a maior necessidade do  pecador é ser liberto espiritualmente. Essa libertação não se alcança por meio de ritos sagrados nem pelo  expediente do esforço humano. Somente Deus pode libertar os cativos e tornar o homem verdadeiramente livre. 
  2. O livramento emocional (Sl 116.8b). “… das lágrimas, os meus olhos…”. O cativeiro emocional é  consequência do aprisionamento espiritual. O pecado é a causa do maior sofrimento humano. O pecado é  maligníssimo. É pior do que a prisão. É mais devastador do que a enfermidade. É mais dolorido do que a pobreza  mais extrema. O pecado é pior do que a própria morte. Todos esses males, embora tão medonhos, não podem  afastar o homem de Deus, mas o pecado afasta o homem de Deus no tempo e na eternidade. Avida, por causa do  pecado, tem se tornado, não raro, numa sinfonia de gemidos, num vale de lágrimas. Acura para esses tormentos  da alma não é encontrada nas taças borbulhantes dos prazeres mundanos. Alibertação do sofrimento emocional  não se encontra nas técnicas psicológicas nem mesmo nos remédios terapêuticos. Somente Deus pode enxugar  dos nossos olhos toda lágrima. Somente Deus pode aliviar nossa dor e livrar nossos olhos das lágrimas.  
  3. O livramento moral (Sl 116.8c). “… da queda, os meus pés”. Desde que o pecado entrou no mundo, por  um só homem, todos os homens tornaram-se pecadores. Não há homem que não peque. Todos nós tornamo-nos  vulneráveis. Não podemos ficar de pé escorados no bordão da autoconfiança. Somos fracos. Deus segura a  nossa mão ou caímos fragorosamente. Deus nos mantém de pé ou tombamos, vencidos pela tentação. Nenhum  de nós consegue viver em santidade, a menos que Deus mesmo nos sustente. Sem a assistência da graça de  Deus, todos nós estaríamos na lama. Sem a ação restringidora da graça todos nós fracassaríamos rotundamente.  É Deus quem nos sustenta e nos mantém de pé. É Deus quem fortalece os nossos joelhos trôpegos para não  tropeçarmos. É Deus que nos livra do mal e não permite que nossos pés resvalem. Só de Deus vem o nosso  livramento espiritual, emocional e moral! 

Rev. Hernandes Dias Lopes

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